sábado, 2 de junho de 2012

O Que é Certo Nesse País?

  No dia 31 de Maio de 2012, às 16 horas aproximadamente, os estudantes da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), fizeram uma manifestação em frente ao Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), na BR 465. A marcha era pela educação e servia também de apoio para a greve dos professores dos IFES.
  Eu também estava participando dessa manifestação e achei a muito interessante, levando-se em conta que não sou militante, porém pela primeira vez percebi algo que imaginei enxergar apenas na TV e a olho nu. Embora eu estivesse participando da batucada, percebi que alguns estudantes, se não foram a maior parte, fizeram barricadas para impedir a passagem de veículos tanto de um lado quanto do outro da estrada. Éramos poucos, pois com a Universidade em greve, a maior parte dos estudantes voltaram para casa para descansar. Como um futuro historiador que serei, tentei lembrar de dois momentos aos quais para mim foram importantes e os usarei agora como fontes para minha interpretação.
 O primeiro momento seria o momento o qual a foto logo acima pode registrar, a tentativa frustrada de um caminhão da prefeitura de obstruir a passagem. Ele queria obstruir a todo custo. À medida em que ele tentava, mais tora de madeira era jogada no caminhão. Ele quase atropelou mais de cindo estudantes de uma vez só. Em revolta, os estudantes quase agrediram ele, uma vez que ele "desrespeitou" o direito dos estudantes de se manifestarem.A polícia se aproximou e tudo pareceu se acalmar.
 Outro momento o qual chamou minha atenção, embora tenha sido paralelo ao caso, foi a questão dos policiais impedirem os estudantes de fazerem a barricada. Devo lembrar que nessa manifestação o objetivo principal, pelo menos pelo que entendi, era pintar uma faixa de pedestre que acessava uma escola estadual até o ICHS, uma vez que não havia faixa lá pelo fato da rodovia ser federal e houve até então ocorrência de duas mortes de atropelamento ano passado, segundo integrantes do DCE da universidade.
 Segundo alguns professores que também participaram da passeata, não houve negociação alguma. Éramos poucos, os carros passavam pelas bordas, certos estudantes tentavam impedir, mas era quase impossível. Com isso, a estrada ficava livre para os carros e caminhões pesadíssimos passassem. A polícia contribuiu para isso e após um dos estudantes tentar trazer de volta a barricada removida, ele foi levado por um policial.
 Eu, como um futuro historiador, não poderia deixar de pensar nessas coisas. Logo reflito a seguinte idéia: Vivemos num país onde a distinção é legal e não econômica. Isso mesmo. Como assim? Posso explicar: Normalmente os estudantes possuem menos poder aquisitivo, que diga um professor que foi aluno um dia. Devido à isso, os estudantes são vetados do direito de simplesmente lutarem pelos seus direitos. Como assim? Todas as pessoas não têm direito de se manifestarem? A minha resposta é: aparentemente não.
 Vejam bem, pelo que percebi, é muito mais fácil policial caçar um estudante, um professor e demais integrantes da classe da educação do que um banqueiro, político corrupto e etc. Simplesmetne não poderíamos nos manifestar pacificamente. Não houve negociação, lutamos contra duas forças: A polícia e o trânsito furioso daquele dia. Do jeito que as coisas caminham, entendem-se por que ocorre a desistência de um estudo para a criminalidade. O motivo é uma série de perguntas: Que direitos um estudante tem nessa sociedade? Nenhum? Quando quero reivindicar de uma forma pacífica melhores condições de estudo, 10% do PIB para educação, sou abordado por um policial. Quer dizer que eu estou errado em ser estudante? Estarei errado em ser um professor? Qual será o caminho certo a se tomar nesse país? Ser um político e roubar milhares de pessoas que trabalham, de pessoas que DÃO AULA?

Pensem e Reflitam!

Por Carlos Mizael,



 Graduando de História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

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